quarta-feira, dezembro 29, 2010

30 segundos para o fim do ano, e o mundo parou.


   Depois de tanta correria, um ano cheio de afazeres,  escola,  trabalho,  namorado, amigos e família, passara as duas últimas semanas de 2010 correndo entre as lojas movimentadas,  entre presentes e enfeites,  ou circulando entre confraternizações e festejos de fim de ano. Sentia-se cansada,  mas este dia era especial. A transição do velho para o novo, uma nova chance de recomeçar,  construir novos sonhos, refazer velhos planos,  traçar novos projetos...
  Ela precisava se animar, então depois de preparar alguns pratos para levar à festa onde passaria aquele reveillon, tomou banho,  vestiu-se de branco,  arrumou os cabelos de modo casual,  passou seu melhor perfume, calçou suas novas sandálias, colocou seus últimos acessórios e, antes de pegar suas coisas e colocar no carro,  acariciou seu gato vira-lata que ficaria sozinho,  em meio a balbúrdia de tantos fogos,  serviu a ele uma ração especial, água fresca, beijou-lhe as fuças,  pegou suas coisas,  sua bolsa e saiu.
  O trânsito definitivamente estava congestionado,  mas não se preocupava,  saíra cedo de casa. No caminho observava as pessoas em seus automóveis,  algumas pareciam tão eufóricas,  outras levavam consigo aquele ar de cansaço,  algumas tensas,  outras apáticas, quando distraiu-se com uma discussão,  alguém  fez uma ultra passagem  que não deveria,  e embora não tivesse causado um  acidente, o motorista que foi cortado sentindo-se ofendido desceu do carro e começou a bater explosivamente no carro da frente,  xingando, ameaçando  e parando mais ainda o trânsito que já estava congestionado. Pessoas tocavam suas buzinas, outras já começavam a gritar piorando toda aquela confusão. Fechou o vidro do carro ligou o rádio e ficou a ouvir as canções que falavam do fim de ano,  de recomeço,  e pensou consigo,  que este mundo é tão louco que não valia a pena comemorar,  pra quê,  pelo quê, se pessoas brigam á toa,  por nada,  se o amor não podia ser encontrado tão facilmente... Mas havia se comprometido e foi.
  Chegando no seu objetivo encontrou seus parentes e amigos,  seus familiares,  alguns conhecidos,  outros nem  tanto, todos  abraçando-a, e lamentou tanta hipocrisia e frivolidade. Isso seguiu noite adentro,  com cada convidado que chegava. 
  Já era próximo das 12 horas,  quando todos começavam a  preparar  suas simpatias.  Uns contavam as uvas,  outros, separavam  lentilhas,   pegavam notas e moedas, tantas coisas,  tantos ritos. Ela parecia não fazer parte daquilo tudo.
 Faltavam agora 10 minutos, os fogos que já riscavam o céu, ou ribombavam,  agora aumentavam gradativamente,  avisando que estava próximo o novo começo,  a grande queima. A confraternização mor! As pessoas reuniam-se nas sacadas,  ou nas ruas com garrafas de champagnhe nas mãos e taças,  em pequenos ou grandes grupos,  então ela se ateve a uma sacada,  onde havia uma pessoa somente, vestida de branco também,  com sua taça na e garrafa nas mãos,  e automaticamente sentiu que aquele era o reflexo da sua solidão...
  Um  minuto para a meia noite,  e aquela imagem não saia de seus olhos... Os segundos passavam lentamente, 50 segundos... 45... 41... 37... Os fogos começavam a explodir com tantas cores e intensidade,  tantos sons... 31 segundos... e de repente... O MUNDO PAROU!!! Os relógios pararam,  do mundo inteiro nesse momento exato: 11 horas 59 minutos e 30 segundos.
   As pessoas se olhavam,  e olhavam para o céu,  e para os relógios,  e umas para as outras novamente e não podiam entender a gravidade daquela situação. Não haveria um amanhã? Um ano novo e bom? Os mais ligeiros tentavam obter alguma informação,  ligando teves, rádios, tentando navegar na rede,  buscando pelo Google ou Wikipédia alguma explicação pláusivel,  para o que acontecera.
   Não adiantava! Nada adiantava. então o desespero começou a apoderar-se de todos no mundo inteiro,  até que algumas pessoas tiveram a coragem de pronunciar a frase:  "O MUNDO PAROU!" Lágrimas,  desolação,   então ouviu-se uma voz erguer-se fortemente e dizer:
 - ACALMEM-SE!Deus está aqui a olhar por todos vocês, temos visto guerras,  terremotos,  acidentes,  violências de pais contra filhos,  filhos contra pais,  contra velhos,  mulheres,  crianças, jovens,  adultos, contra a humanidade! Deparamo-nos com nossos piores medos, quando olhamos pro próximo,  ou frente aos nossos espelhos, mas nos agarramos ao nosso semelhante num momento de dor e desespero. Angustiamo-nos e nos apiedamos uns dos outros. Se em momentos difíceis podemos ser assim,  porque pensam que Deus nos desampararia numa hora dessas. Há pessoas que não compreendem a importância desses segundos, onde um ciclo se fecha e outro inicia, mas olhem pra vocês,  aterrados pelo medo,  tão iguais em suas misérias, mas lado a lado e irmãos. Por que nos reconhecemos principalmente nos maus momentos? Por que não nos amarmos e confraternizarmos de coração limpo e aberto com o próximo? Por que sermos iguais apenas na dor? Observem o quanto aprendemos neste trinta segundos que perdemos! Muitos descobriram mais sobre o amor hoje,  através do medo, do que em  uma vida inteira! Se o amanhã não vier... Pensem nisto!
  Olhava para o homem sozinho na sacada! 
De repente,  no ribombar dos fogos, ela acordou, entre abraços e beijos, o homem da sacada sorria, e ela descobrira a importância do reveillon!  


sábado, dezembro 25, 2010

Dia feliz

Para você um dia de cheiros, sons e sabores daqueles que deixam a gente feliz! 

Cheiro de terra molhada, orvalho da madrugada, fruta madura, dama da noite, hálito fresco, banho tomado, cheiro de criança! 


Sons de chuva no telhado, telefonema esperado, um oi de quem vc sente muita falta, das palavras eu te amo ditas olho nos olhos, beijo estalado, de musica que toca seu coração, da crítica dum amigo sincero, do elogio deste amigo, de cachoeira, crianças brincando, canção de ninar, voz de mãe, do ser amado! 

Sabor de água doce, chope com amigos, vinho com namoro, beijo molhado, beijo de criança, suco de laranja, de fruta doce, mousse de chocolate, torta perfeita, sabor de amigos à mesa, pão com ovo, feijão de mãe, arroz, macarrão... 

Que tudo lhe seja agradável e bom, porque isso nos torna melhores, mais felizes e nos fortalece para enfrentarmos o dia-à-dia.

Um Feliz Natal!!!


domingo, dezembro 12, 2010

December....

    A cidade está iluminada com luzes de pisca-piscas. O calor aumenta, progressivamente, trazendo pancadas de chuva no fim da tarde. O comércio cheio de enfeites natalinos,  papai noel,  estrelas,  presépios,  manjedouras,  bonecos de neve... Iniciam-se os sorteios de amigo secreto, a busca desenfreada por roupas,  sapatos,  bijuterias, jóias,  presentes para  aqueles que amamos, outros que nos obrigamos a presentear e para nós mesmos. 
    Por aqui as coisas ficam  meio loucas, as clientes querem tudo pra última hora: luzes,  progressiva,  coloração,  corte,  escova,  tudo! Dias cansativos,  passam tão rápido que fica difícil pensar no que está acontecendo... Corremos tanto,  para depois daquele minuto fatídico que torna o dia vivido em passado,  e o seguinte no hoje como se fosse o último.  Sei que parece cínico e vazio descrevê-lo dessa forma, mas é assim! Vendo o lado frio da questão é isso! Sequências de horas,  dias, semanas, meses,  anos!!!
Mas não é uma data que podemos observar simplesmente pelo lado frio,  porque por maior que pareça o consumismo,  por maior que seja a loucura nas ruas, é uma ocasião na qual as pessoas se reúnem  em suas casas,  famílias inteiras e confraternizam. Isso é lindo!!!
      Como é lindo a simbolismo desta data.O dia em que Jesus nasceu,  comemorado a mais de dois mil anos. Religiosos podem questionar esta data, dizerem que é pagã, puro comércio. Mas creiam,  independente dos conceitos religiosos que se tem,  o simples fato de existir um dia para pararmos e refletirmos sobre nossos laços de amor,  para estarmos com nossos familiares, é maravilhoso!

Amor,  este sentimento é o maior  e o melhor para ser cultivado em nossos corações.

     Eu acredito em  Deus, no seu caráter bondoso,  misericordioso e no seu amor. Quando ainda criança,  não conseguia,  não podia entender,  porque Deus criaria um mundo para permitir que este caísse e tivéssemos que arcar com as consequências. E não podia entender ainda mais: por que este mesmo Deus que  viu tudo isso acontecer,  mandaria o Seu Filho nascer aqui, pobre,  numa manjedoura,  para nos ensinar sobre o amor? Então um dia,  minha irmã Mone me deu a explicação do jardineiro,  que vou contar aqui pra vocês, e foi quando compreendi:

"Imagina um jardineiro,  que cria diversos jardins,  cada um que ele cria,  ele vai lá,  e cuidadosamente escolhe as plantas,  as flores,  as posições em  que tudo ficará,  e fica ali,  cuidando pra que aquele jardim floresça,  forte,  bonito, para que as pragas não destruam sua criação, então,  quando vê que todo está bem, ele pensa: - Que belo jardim,  é tudo tão perfeito,  as plantas e as flores são lindas! Está tão bonito e tudo tão bem, farei outro jardim! Estão,  este mesmo jardineiro começa uma nova empreitada,  criar outro jardim,  tão lindo quanto o outro,  em outro lugar,  para ampliar a beleza,  espalhá-la por outros cantos, e esse novo jardim é criado,  e tudo parece correr bem,  mas de repente uma praga ataca aquele lugar, que era pra ser tão lindo,  e ele não desenvolve,  as plantas começam a atrofiar,  ou morrer,  as flores secam, e o que ele deve fazer? O jardineiro se pergunta. Devo cuidar desse jardim,  porque não posso permitir que essas folhas,  essas flores, toda esta criação morra,  e elabora o seu plano. Esse cuidado só termina,  quando ele decide o que o ajudará a salvar o jardim,  ele sabe que não será fácil, porque a praga se alastra,  e enquanto ele cuida de uma planta, ela vai atacando outras, mas o amor dele é tão grande,  que ele decide sacrificar aquilo que ele tem de mais valioso, a vida, para dedicar-se a cuidar daquele jardim,  até que este esteja totalmente restaurado novamente. Ele poderia simplesmente sair dali e montar outro jardim,  podia concluir que 
aquela terra era infértil, e não valeria a pena! Mas não, por amor ele decide cuidar deste jardim até que seja completamente restaurado".




   Quando ouvi essa estória pareceu tão claro crer no Amor de Deus por nós. Quem ama cria, cuida,  proteje, liberta... A imagem do menino Jesus numa manjedoura é conhecida por quase todo o mundo,  e não importa no que você acredite,  o fato é que Ele nasceu pobre,  viveu ensinando o amor,  não o amor dos poetas,  mas o amor pelo outro, pela vida,  por si mesmo, e a Deus acima de tudo,  porque Ele sabia que só o verdadeiro Amor pode salvar.
     Há muito estou fora da igreja -tempo demais, chego a pensar.-  mas a idéia de comemorar um gesto de cuidado e amor é realmente linda!
     É comum ouvir pessoas dizerem que o Natal ficou sem graça, principalmente os adultos, eu mesma já disse isso muitas vezes,  mas afastei-me da idéia do amor! Eu me tornei mais uma consumista desta data! Asfastei-me do real sentido do Natal,  uma lembrança de Amor.
    E neste Dezembro quente e  abafado de São Paulo,  recheado de notícias ruins, desastres, guerras, propagandas,  ofertas,  promoções, correria,  comércio lotado, PARE um pouco!  Pode ser frente a um presépio, numa igreja,  praça,  rua,  em casa,  no seu quarto,  na sua cama... e REFLITA!

O que realmente importa nesta data pra você?



    Procure um real significado,  um gesto de amor no meio de toda essa confusão,  algo que te traga um pouco daquele encanto,  daquela magia,  que te remeta a esse espirito de amor. E independente daquilo que você acredite... Uma criança é sempre símbolo de recomeço, e inspira cuidado e afeto, e pra que se desenvolva bem,  precisa de amor. Eu preciso, você precisa,  todos nós precisamos de muito AMOR. 
    Que neste dia em que comemoramos o nascimento do Menino Jesus,  que o Amor nasça e renasça em nossos  corações!




Experimente a magia do Natal!!!