domingo, setembro 23, 2012

Pequena Edmunda... Nasceu!

Quando Edmunda nasceu sentiu  um  frio  e  algo  segurando-a, não  entendia  aquele  universo ao  seu  redor,  depois de  passar  tempos boiando  num líquido  quente,  ouvindo  tudo  de  um  modo  singular,  sentia  que  seu  mundo  ficava  cada  vez  menor, na  verdade  era  ela  quem  crescia,  então não  cabia  mais  ali,    par  sair  teve que  passar  por  um  lugar  que  era  apertado pra  porra,  e  estava parada  ali,  abismada,  quieta.  Sentiu  uma  leve pancada  no  seu  bumbum  e  o  primeiro choro... Queria  bater  no  desgraçado,  e  constatou que  não poderia  fazer isso,  era  muito  pequena, mas  jurou a  si mesma, isso  não  fica  barato!
Logo  foi  agasalhada e  pensou,  até  que  este mundo  não  é  ruim... Típico  da  alma  feminina, mudanças  súbitas  de  comportamento!

- Vocês  não  sabem,  mas  mulheres  nascem  enlouquecidas  e  cheias  de neuras, também  de  ternura e  gestos  engraçados,   ter  saído  do  raio da  costela  de  um  homem, pode  deixar  qualquer  criatura  enlouquecida  desde o  ventre, pior, elas,  nós,  somos  geradas  por  outras  mulheres! Não  há  como  fugir  disto .-

Não  tinha  estrela  brilhando  no dia  em que  nasceu,  era  tarde  de  segunda-feira,  e  em  São  Paulo,  o  mundo  não  para,  principalmente  na  segunda  feira, Edmunda  não  sabia  disso, mas  o  tempo  passa,  e isso  ela  não  demoraria a  entender.

A  vantagem  de  chegar assim,  num  novo universo,  é  que  se  desconhece  tudo,  prazer  amor,  dor,  felicidade,  tristeza,  só  sensações,  a  nossa primeira  relação  com  o  universo  externo,  claro,  no  caso  de  Edmunda,  junto  com  toda  a  loucura  feminina...  E  falando  em  sensações,  sentia  fome, em  mudanças  extremas, mulheres  sempre, sentem fome,  pelo  menos  a maioria  delas,    pela  primeira  vez  na  vida Edmunda comeu. Não  era  a  melhor  coisa  do  mundo,  mas  o  que  tinha  para  aquele  dia, o  primeiro,  de  muitos  que  desejo  para sua  tenra vida!

E foi assim... Hoje  lhes  apresento  Edmunda,  minha  pequena... que  viverá  experiências  incríveis,  ás  vezes  absurdas,  enlouquecidas,  deprimentes,  felizes, ou  patéticas e todas  as  sensações  que  teve e  terá como  uma  menina  que  nasce  e  é  criada  neste  mundo  doido  em  que  vivemos!

Seja  bem vinda  minha  pequena!!!

Sejam bem  vindos  leitores!

 

Sempre o recomeço!

O domingo está indo pro saco, logo vem a bela e doce segunda-feira, acabou o futebol, o Faustão logo se despede, e aí vem o Fantástico... Esse é um daqueles momentos, que já estando cansado, o corpo esparramado no sofá, só resta acompanhar as últimas notícias e o relógio girar... Mais uma semana faces, por isso esse ciclo de dias existem, para que possamos recuperar as forças, recomeçarmos de novo, retomarmos os planos deixados pára trás ao longo dos dias, a dieta, a caminhada, o estudo, os projetos, o que quer que seja, podemos reiniciar... Há tempos não escrevo no meu blog, sempre prometo que amanhã o farei, e os dias passam.... Mas mais uma vez me programo, é isso que farei!!! ... Amanhã, não sei, tenho me projetado no hoje, no agora a única coisa que tenho, o único momento tenho me apaixonado e desapaixonado por vezes, tenho amado e odiado sempre, coisas diversas, ou as mesmas, não importa. Tenho aprendido, hoje é o melhor presente, é aqui que realizo o bom ou o ruim... É aqui que me construo, destruo e redescubro... E venho desejar á vocês um ótimo hoje, todos os dias!!!

segunda-feira, março 19, 2012

O mais assustador vive em nós

O medo é algo que nos acompanha desde o ventre materno,  pois sentimos o mundo exterior de um  modo único e barulhento,  através dos sentidos do outro,  do corpo que nos envolve e nos conduz.
O medo cresce com a gente. Dos monstros e fantasmas que povoam  nossos quartos,  nossos guarda roupas,  em  baixo de nossas camas,  os nossos sonhos! O medo de perdermos nossos pais,  nossa casa,  não termos comida. Quando crianças sentimos medo ao vermos os mais velhos sentirem, temos medo de ficarmos sós, de irmos pra escola no primeiro dia de aula, de desvendarmos um novo mundo. Temos medo de estranhos, na minha infância tínhamos medo do homem  do saco( que pegava as crianças e picotava),  lendas de mães criadas para protegerem  seus filhos.Não toque ali,  não mexa acolá, não vá,  não pegue,  etc... Medo de errar, de apanhar,  de ser pego numa mentira,  de não ir bem na escola... São muitos os medos que povoam a cabeça de uma criança.
Mas continuamos a crescer,  e enfrentamos novos medos,  de não sermos os mais legais,  inteligente,  admirados do meio em  que vivemos,  de sermos rechaçados, humilhados,  violentados,  agredidos,  difamados. E ainda apanhávamos por isso. Mas enfrentamos também  o medo da solidão,  do fracasso, do desamor do desafeto.
Nos deparamos com aqueles medos obscuros,  que nos mantém em  silêncio, desenvolvem  nosso senso crítico, transformam aos poucos nosso mundo... Percebemos que nossa família  não é bem aquilo que pensávamos que fosse  e passamos a buscar uma nova identidade. Este é o princípio da nossa individuação!!!
E o medo continua lá,  adotamos máscaras,  estilos, grupos... Já pararam pra pensar o quanto nossa infância reflete nesse período?
Crianças que sempre foram tratadas com respeito, conseguem  se enturmar mais rápido,  são mais seguras,  e felizes,  e tem muito menos medo,  do que aquelas que nunca foram verdadeiramente valorizadas,  encaradas como problemas por aqueles que deveriam cuidar, amar e proteger.
Adultos temem  a injustiça,  a miséria,  a doença,  fome, violência... A morte.
Eu temo quando vejo pessoas dispostas a brigarem porque são apaixonadas pelo seu time, pela sua religião, pelos seus deuses,  suas crenças,  seu estilo de vida,  e em nome disso passam por cima dos outros.
Eu temo quando vejo filhos matando pais,  pais matando filhos. Temo as injustiças que são cometidas em  nome do amor.
Certa vez falei aqui sobre abandono, descaso e conivência...
Quando menina acreditava que pai e mãe amam os filhos porque são deles, porque são pais. Mas não é verdade. Pais amam quando são capazes de amar,  e muitos não são!!! Se não se tem amor,  como cobrar amor???
Sempre ouvi que pais gostam  de todos os filhos do  mesmo jeito,  como se fossem os dedos das mãos,  nunca de quer perder algum,  hoje entendo que isso pode ser verdade,  porque  podemos usar uns dedos pra foder os outros,  ou para dar prazer a nós mesmos.  Cada um  sente como quiser, gosta como quiser,  e que injustiças sejam  cometidas com muitos em  função de um,  quem  se importa?
Hoje como a maioria das pessoas adultas, não tenho mais medo de bicho papão,  ou homem do saco,  e compartilho com elas os medos da violência,  da dor,  da solidão, mas existe um  medo,  que é só meu,  o de ter que admitir,  frente ao espelho,  que não sou amada pela minha mãe,  e isso vive em  mim,  já foi um  monstro gigante e horrendo,  hoje ele só é feio como um  espeto cravado no peito,  que dói. Faço parte do grupo de pessoas que sabem  o que é ser desrespeitado,  por aqueles que deveriam amar e proteger,  e por  mais assustador que isso pareça,  não não odeio minha mãe. Odeio o fato dela se compadecer com injustiças e compactuar livremente com mentiras,  e ainda assim professar o nome de Deus... Se voc^, leitor,  olhar para ela,  não dirá, porque não convive,  ou conviveu,  que tão doce senhora, pode ser tão mentirosa e cruel. Mas sobrevivi a infância,  graças as minhas irmãs e minha sobrinha,  fui amada,  cuidada querida e protegida,  enfrentei e enfrento hoje o mundo com cabeça erguida,  de forma honesta, não foi fácil para elas,  mas me fizeram bem,  me tornaram  mais forte e melhor... Não temo mais a solidão nem o desamor,  e luto para proteger os sobrinhos que vieram  depois de mim... o resto é um buraco negro de emoções e sentimentos,  um misto de revolta e dor... o meu monstro escondido.

segunda-feira, março 12, 2012

Meio século

Você sabe precisar o que aconteceu nos últimos 50 anos? 
No sul da Bahia, em 1962, nascia minha irmã mais velha. No mundo os Beatles estouravam, Élvis ja era um sucesso, Rolling Stones também estourava, o movimento feminista e a favor de negros e homossexuais ganham força , nascem os hippies protestando contra a Guerra fria e a Guerra do Vietnã. Fidel Castro chega ao poder e antigas colônias começam o processo de independência. O homem pisa na lua, a IBM lança o chip, e surge a primeira molécula da internet. No Brasil explode a jovem guarda com Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia e outros. Chico Buarque, Caetano, Gilberto Gil lideram movimentos estudantis a favor da democracia. Morrem J.F.K. , Marthin Luther King Jr, e Che Guevara. A tv a cores é lançada no mundo, e a Rede Globo é criada aqui no Brasil.
E no sul da Bahia minha irmã crescia, já ganhara outros irmãos, e vivenciara a morte de um deles. Saía, ainda menina, da Bahia para São Paulo junto com sua mãe e irmãos. 
Morou com os avós paternos. Foi a escola enquanto o mundo entrava em revoluções em prol da independência, e pela tv acompanhava o escândalo do presidente Nixon com o Watergate, a crise econômica nos EUA por causa do petróleo, o aumento de armamento dos países, a violência política crescente, o fim da Guerra do Vietnã, o lançamento da Disco, a morte do Elvis. O Brasil é Tricampeão da Copa mundial. No rádio tocava Tim Maia, Elis Regina, Elton Jonh, Vinicius, Maria Bethânia entre outros.
Ia a igreja, arrumou namorado, engravidou, saiu da igreja, enfrentou o preconceito, casou, foi mãe aos 15 anos, saiu da escola, teve mais uma filha.
E a década de 80 começou sem muita felicidade ou perspectiva, mãe pela terceira vez, abandonada pelo marido, foi trabalhar como doméstica. Com três filhos e oito irmãos menores, não tinha muita escolha ou opção. 
Guerras e guerrilhas dominavam o mundo, diversos conflitos civis, golpes militares, ameaças nucleares etc. Criação dos walkmans, computadores pessoais, IBM PC, Aplle Macintosh, Windows, videocassetes, descoberta da AIDS. Morrem Jonh Lenon, Tancredo Neves, Lauro Corona, etc. Madonna e Michel Jackson estouram mundialmente.
Namorado novo, outra gravidez, princípio de eclâmpsia, o bebê não resite e morre. Volta pra casa. Emprego e arrumadeira no Sheraton Mofarrej Hotel, conclusão do colégio, curso de auxiliar de enfermagem, início de uma nova vida.
Aprovado o estatuto da criança e do Adolesdcente, o Movimento das Diretas define a abertura da democracia, campanha de eleição pra presidente, em São Paulo a primeira prefeita mulher eleita pelo povo assume a prefeitura. A queda do Muro de Berlim. No Brasil Campanha para presidente.
Em 90 sai de casa com os filhos e não volta mais, compra o seu apartamento, trabalha, namora, trabalha, namora... Sempre foi casamenteira. 
Collor é eleito, e dois anos depois renuncia, movimento dos caras pintadas, mais guerras, terrorismo. O Brasil é tetra campeão na copa. Popularização dos computadores e da internet, Windows 95, comércio eletrônico , utilização do DNA para solucionar crimes e comprovar paternidades. Michel e Madonna veem ao Brasil. Ascensão e morte dos Mamonas Assassinas. Morrem Renato Russo, Freddie Mercury e a princesa Diana.
Sai do apartamento e casa com um vizinho. Volta a morar perto da mãe. Torna-se avó pela primeira vez. Vislumbra a entrada de um novo século. O bug do milênio não acontece. A tecnologia aumenta nas redes sem fio, nos celulares, nas máquinas e computadores pessoais, de mão...
Torna-se avó pela segunda vez, casa os dois filhos mais velhos. Trabalha em dois empregos. Opera duas vezes da coluna, e nunca mais volta a ser a mesma!
Lava muita roupa, já que não pode consertar o mundo!
O Brasil se torna Pentacampeão. Avó mais uma vez, Seu filho mais novo sai de casa pra morar com a mulher.
Leva sua filha e genro para morar com ela novamente.
E assim seguem-se os dias, como na história é na vida, alguns dias são de paz, outros são de guerras, mas eles seguem, quem sabe o que será escrito no próximo meio século. 
Por hora, comemorou seus 50 anos numa festa onde chamou seus parentes, amigos e conhecidos, e tornou-se tema do meu blog. Então Cássia Silva do Carmo, á você: 


Feliz Aniversário! 

Da sua irmã caçula.




Continuaremos escrevendo, esta e outras histórias!

domingo, março 04, 2012

Mister Por Quê

Vivia questionando o porquê das coisas existirem como existiam. Não entendia o mundo,  dada sua grande complexidade. Procurou as Ciências e só se deparou com mais perguntas. Nada do que descobria era suficientemente explicativo e claro. Então desenvolveu teorias,  filosofias... Quanto mais perguntava, menos sabia de si mesmo e de suas necessidades reais.
Um  dia entrou num  barco,  desses pequenos,  e se permitiu ficar a deriva por algum  tempo... Era clara a noite  e turvos seus pensamentos. Tantas indagações estavam enlouquecendo-o. 
Porque nascemos,  vivemos e morremos já não eram  as perguntas que o moviam. Nem  mesmo entender o andar da natureza, mesmo da humanidade... 
Tantos livros fizeram  dele um  homem  culto. Viver em  sociedade lhe deram modos... Mas um porquê insistia em  incomodá-lo: Sentia-se só.
Sim,  tivera alguns relacionamentos,  pessoas bonitas ou não,  inteligentes,  sensíveis,  bacanas,  até mesmo bem  chatas,  mas nunca se sentira realmente ligado a elas. Nada o preenchia. 
Passara tanto tempo tentando descobrir verdades em  tudo, mas nunca encontrou a única verdade que nos motiva a viver,  entender conhecer o outro,  o mundo,  e principalmente sobre nós mesmos: o "AMOR". As estrelas foram se apagando,  o céu escurecendo, de repente,  água e céu tornaram-se um só na escuridão. Um  raio cortou o céu,  anunciando a tempestade que se aproximara,  e então ele entendeu,  sim,  ele já tinha se encontrado com aquela verdade,  sentiu o tremor nas pernas e frio no estomago, mas estava buscando explicações para todos aqueles por quês. Agora ele entendia. Precisava voltar atrás... Como?... Buscando tantas respostas ignorara a única que ele realmente queria?
A única vez em que se deparou,  frente a frente com ela,  usava um jeans surrado,  tênis velhos, gastos pelas caminhadas que fazia,  tinha um  jeito engraçado de falar,  de quem  estava sempre fazendo algo acontecer, e sorria de um  jeito escancarado,  de quem  não tinha  nada a temer, montando projetos,  construindo o mundo,  carregando a vida consigo,  e aquele brilho... Maria era o nome dela, como podia ter esquecido? 
O vento soprava anunciando a tempestade que viria...
Lembrou-se de que por um momento, naquele encontro,  pensara: "com você meu mundo seria perfeito",  mas existiam os maneirismos que ela não tinha,  o despudor com o qual falava das coisas e sobre tudo, sua falta de dúvidas,  como quem  nunca tivesse o que perguntar,  porque não tinha dúvidas, apenas certezas. Ele sentiu medo,  o mesmo que o fazia tremer agora, ou era o vento?
Gostaria de voltar atrás!
Porque nunca tornou a vê-la??? Olhar aqueles olhos que brilhavam  toda vez que falava dos seus objetivos... Como pôde ser tão egoísta e covarde???
A chuva caiu.  O barco naufragou ,  e enquanto ele lutava a deriva por sua vida em  meio a tempestade,  tornou a ver aqueles olhos a sorrirem  pra ele... E dias depois seu corpo foi encontrado! 

sábado, fevereiro 25, 2012

E assim nascem os anjos!

A realidade em  que vivia era triste,  mas só deu-se por isso quando os treze batera à sua porta. Não era de muita valia, nunca seria boa para nada,  como seria,  se nunca prestara?! Descendente de uma "raça ruim",  a sua progenitora insistia em  lembrar.  Se esta que era sua mãe vivia lhe dirigindo tais palavras,  como acreditaria num mundo melhor?  Vantagem, não era a única,   dividia essas carícias e elogios,  com todos os outros nascidos da mesma barriga,  exceto o que morreu ainda menino,  este virou santo. Comparativo injusto quando se morre inocente... "Porque seu irmão,  se estivesse vivo..." E a história continuava.
Sem  sentimento! Mas se os tivesse,  quem  se importava?
As irmãs,  que se dividiam entre aquelas que diziam "a mãe é assim mesmo,  sempre foi assim..." e as que  diziam que não seria assim pra sempre,  seria diferente: "A gente cresce e não tem que suportar mais isso!!!"
A menina cresceu,  tentou a marginalidade, mas nunca teve talento,  só raiva por dentro! Não usou drogas,  nem  cometeu assaltos,  nunca fez um  aviãozinho ou pegou um  pino de um  traficante,  mas não,  não era boa!!! Não era boa mesmo,  e nunca seria!!!
Depressão! E uma nova luta,  pela motivação de estar viva. Entender que não se é amada por quem  lhe pôs no mundo, é muito duro aos dezessete anos. Criou sua própria ilusão.
Suas irmãs as que se importavam com a quantidade de bebida que ela consumia,  com a quantidade de gírias que falava,  com quem namorava,  onde ia,  lhes davam  asas,  sonhos,  coisas que elas, mesmas, nunca receberam,  idas aos shoppings,  cinemas teatros,  música na vida, alegria!
Era amada sim, talvez não pelo amor original,  que deveria ter sido amor,  mas não foi,  mas por quem ,  por não ter recebido,  tinha criado um  reservatório imenso.
Hoje,  mais velha,  em  terapia,  tenta entender como alguém que pari tanto pode amar tão pouco. É possível que essa seja a explicação,  quem  ama cuida,  se cuida, e depois cuida dos outros,  e não falo do cuidado de vestir,  dar um  teto,  arroz e feijão,  falo de olhar nos olhos,  de tentar conhecer,  entender,  tocar,  se aproximar do outro e de si mesmo,  quem poderá saber?!
Não sei!!!
Ninguém sabe.
O que sabe, é que não se professa o Cristo idolatrando o diabo (e escrevo com letra pequena, porque quem passa a vida amaldiçoando os seus deve ser descrito deste jeito). O que sabe,  e não com  menos dor no coração,  é que as pessoas são o que são.
Quanto a ela,  cresceu! Escreve textos,  faz terapia, tenta entender o mundo,  mas não só ele,  tenta entender as pessoas... aquelas que tornam-se perfeitas, e que tem  justificativas para tudo,  e quando os erros se tornam  defeitos,  arrumam  desculpas (até mesmo para o aborto), e continuam a sorrir nos seus mundos perfeitos!!!
DEUS??? Deve ser uma utopia... ela até acredita, mas só tem  convivido com a realidade!!
No demais ela teve e tem  ao seu lado quem   sempre lá esteve,  pagando o preço e assumindo a culpa,  sem  ter ao menos,  merecido... As irmãs,  os anjos,  aqueles que não escolheram  ter nascido, mas que,  em  meio a tantas dificuldades e limitações escolheram e até hoje escolhem amar!!!
Talvez você leitor não saiba,  mas ela descobriu, porque os têm,  como nascem os anjos,  e este  é um segredo que ela não compartilha com  mais ninguém!... Da minha parte só sei que é assim  que nascem!!!
Se algum de vocês os encontrar, guarde o segredo,  porque nada mais pode ser guardado!!!

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

A vida continua

Hoje uma moça morreu. Eu não sei o seu nome,  de onde vinha ou pra onde ia,  na verdade pra mim,  ela foi apenas  mais uma na estatística, mais uma morte de motociclista,  nesta cidade de trânsito, louco e violento. A única coisa que vi,  que denunciava a sua morte foi dois carros de polícia,  com alguns policiais controlando o tráfego para que a perícia fosse feita. Não sei dos seus amores,  quantos anos tinha,  se vivia com seus pais,  namorado,  marido,  amigos ou amigas... Não sei,  realmente.
O fato é,  hoje uma moça morreu,  de forma imbecil,  sem oração de extrema-unção,  sem  direito  de ser socorrida pelo seu algoz,  agonizou no meio da via pública até que uma alma misericordiosa ligasse pro resgate, e morreu!!!
Numa manhã que surgiu em  cinza,  o telefone tocou numa residência qualquer, e o dia ficou esquisito,  sem explicação,  em  choque, consternado,  bizarro,  cabisbaixo,  desesperado... Se deixou uma mãe,  pai,  ou irmãos não sei!
Também  não sei dos sonhos que levou com ela até o momento fatídico,  entre o acidente de moto, o atropelamento e o encontro com seu derradeiro destino. Mas sei que morreu! Não vi o corpo,  não chamei o resgate, não senti sua dor nem  seu desespero, não ouvi as sirenes serem  ligadas, nem  a vida voltar ao normal... Dela,  pra mim,  nada ficou,  apenas a notícia da sua morte e uma grande mancha de sangue no asfalto.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Será que voltei?!

Boa tarde ex caros leitores,  se é que ainda restou algum  por aqui! Há muito não escrevo, mergulhada numa fase de auto-descobrimento e realizações não tenho dedicado muito tempo a essa arte  - onde ainda engatinho,  se é que de fato aprendi escrever algo realmente! - . A minha última postagem  data 17 de outubro e falava de relacionamentos. Não, não que eu tenha abandonado minhas opiniões políticas,  não mesmo,  sou aquele tipo de pessoa que tem uma opinião sobre quase tudo,  taurina que sou,  tenho dificuldades em mudar,  mas procuro aprender e principalmente compreender melhor as coisas e as razões de ser delas. O ano de 2011 passou,  acabou,  começou 2012 e nada de escrever. Houveram  dias ociosos e vazios,  claro,  mas também houve tanta corrupção,  notícias ruins,  que não,  preferi não falar sobre nada,  nem  mesmo sobre mim. As reflexões de fim e início de ano deixei de lado, as constatações também mas tenho sentido quela coceira nos dedos,  aqueles estalos de idéias,  que povoam  minha mente como bolhas que explodem em  tantos rompantes e calmarias, que precisava,  preciso,  precisarei escrever,  até que as palavras expressem tudo aquilo que deixei calado nesses meses todos! Preciso derramar meu coração,  minhas críticas, minhas experiências, preciso descrever o meu olhar sobre o mundo.
Quando comecei escrever este blog penseis que seria mais fácil,  afinal todos os dias acontece algo inacreditável,  incrível,  bizarro absurdo,  ou simples acaso,  detalhe que impressiona,  encanta ou desencanta, mas não meus queridos, não é fácil, porque há dias em  que as coisas falam mais alto do que minha capacidade de reproduzi-las. Pode ser um  momento de espanto,  felicidade ou tristeza...Às vezes a inércia.
Não quero acordar,  não quero acordar... Acordei!!! E num momento de dor, mas também  de esperança, de certezas e entre elas tantas incertezas,  mas num  momento em  que o que me parece mais certo,  é o que deve ser,  a velha busca,  renovada,  revista,  passada a limpo...
Reescrita. Estou de volta e se você estiver por aí,  vez ou outra.  dê um  sinal de vida, quero saber quem  está aí! Da Zona leste de São Paulo estou te convidando,  vem  dividir o mundo,  o seu universo,  ao menos uns pedacinhos comigo. Câmbio. Desligo. Mas,  qualquer coisa é só chamar.