Nascida de 8 meses no Sul da Bahia, numa vila de Itabuna, no ano de 1944, era a filha mais velha dum típico casal da região "o coronel e sua esposa". Como diz a lenda, criança de 8 meses não cria, foi cuidada e protegida ao máximo, e cresceu! Ajudou a cuidar dos irmãos mais novos. Estudou até a quinta série numa escola particular, não estudou mais, porque de acordo com o pai, mulher tinha que casar, Então aos 13 conheceu aquele homem lindo, mais velho, inteligente, evangélico, tinham a mesma religião. E com o consentimento e gosto, principalmente de sua mãe, namorou, aquele homem lindo e disputado. Com dezesseis, casou. Aos dezoito teve sua primeira filha, dois anos depois nasceu a segunda, pouco tempo depois veio o treceiro filho, o homem. Com vinte e pouquinho, enterrava ele com 8 meses de vida. O marido não era o melhor, e ao lado dele conheceu sua primeira grande dor. Na gravidez seguinte gerou outra menina, e mais uma. Foi nessa gravidez que perdeu sua mãe num acidente de carro, na virada de ano, o motorista dormiu, caiu com um carro num barranco. Neste acidente perdeu a mãe e irmão. E dois outros ficaram feridos. Seu marido ja havia vindo pra São Paulo, então pouco tempo depois, ela também veio, com 4 filhas morar na casa da sogra. Dias difíceis, de necessidade e humilhação. Mas venceu. Engravidou novamente, dessa vez, como dizem os nordestinos nasceu "um menino home", este ganhou nome de rei. E dividiu os filhos entra as 4 mais velhas, e na seqüência as 4 mais novas. Nesse interim, teve um menino que nasceu morto, aos 8 meses de gestação, e um aborto de três meses. Saiu da casa da sogra, alugou um barraco, depois com a herança da mãe, deu entrada no terreno, construiu a casa, terminou de criar os filhos, junto com os 3 netos mais velhos. Sempre recebeu em sua casa, mesmo nos tempos mais difíceis gente que precisava tato quanto, ou mais do que ela recebia seu apoio, pelo menos um teto pra morar e algo para comer por um tempo, até se arranjar. Foi assim com conhecidos, sobrinhos, irmãos... Não recebeu a gratidão de todos, até foi apunhalada por alguns.. Mas o mundo é assim fazer o que? Fez muita lanofix, costurou muito, viu seus filhos um a um sair pra estudar, trabalhar. Nem sempre foi feliz, talvez ainda não o seja de fato, porque muitos dos seus sonhos foram jogados por terra, e o mundo real, pra ela não foi muito fácil. Cada um vive como pode. Foi o que ela fez. Os filhos mais velhos ajudaram a ampliar a casa,que um dia fora terrea, com sala, cozinha, banheiro, dois quartos, onde habitaram, na maior parte do tempo 14 pessoas, depois passou a ter três quartos, sala, cozinha e oficina. Hoje essa mesma casa, é um sobrado, onde outrora teve três cômodos subterrâneos, uma sala e cozinha gigantesca no térreo, mais 4 quartos na parte superior. Filhos foram embora, casaram, separaram, nem todos, as 4 mais novas ainda estão por lá. Outra, e a derradeira das mais velhas também voltou, separou-se trouxe sua filha...É a vida, casa de mãe também é pra essas coisas. E mãe é pra sempre, não é mesmo?! Mas ainda não disse tudo, há treze anos atrás ela ficou viúva, quando uma de suas filha recuperava-se de um câncer aquela, derradeira das 4 mais velhas. Mas depois da morte do marido, da recuperação da filha ainda teve mais netos. Hoje sua família é composta de nove filhos : 8 mulheres e um homem, 12 netos: sendo 7 deles homens, 3 bisnetas, e alguns agregados. Que uma vez por ano se reúnem em torno dela para comemorar o dia do sue aniversário. Dia treze de outubro. Na sua certidão ela foi registrada com um mês de antecedência, mas todos sabem, parentes amigos, a data real de seu nascimento. 13 de outubro, este é o dia, e esta é minha mãe!!! Feliz Aniversário!
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