Hoje uma moça morreu. Eu não sei o seu nome, de onde vinha ou pra onde ia, na verdade pra mim, ela foi apenas mais uma na estatística, mais uma morte de motociclista, nesta cidade de trânsito, louco e violento. A única coisa que vi, que denunciava a sua morte foi dois carros de polícia, com alguns policiais controlando o tráfego para que a perícia fosse feita. Não sei dos seus amores, quantos anos tinha, se vivia com seus pais, namorado, marido, amigos ou amigas... Não sei, realmente.
O fato é, hoje uma moça morreu, de forma imbecil, sem oração de extrema-unção, sem direito de ser socorrida pelo seu algoz, agonizou no meio da via pública até que uma alma misericordiosa ligasse pro resgate, e morreu!!!
Numa manhã que surgiu em cinza, o telefone tocou numa residência qualquer, e o dia ficou esquisito, sem explicação, em choque, consternado, bizarro, cabisbaixo, desesperado... Se deixou uma mãe, pai, ou irmãos não sei!
Também não sei dos sonhos que levou com ela até o momento fatídico, entre o acidente de moto, o atropelamento e o encontro com seu derradeiro destino. Mas sei que morreu! Não vi o corpo, não chamei o resgate, não senti sua dor nem seu desespero, não ouvi as sirenes serem ligadas, nem a vida voltar ao normal... Dela, pra mim, nada ficou, apenas a notícia da sua morte e uma grande mancha de sangue no asfalto.
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