Depois de anos literalmente solitária, não que nunca tivesse companhia, é que alguém jamais ocupara o lugar do seu finado marido. Dez anos de viuvez e tolerando os parceiros que apareciam, mais por comodidade, do que por interesse, era só de fato! Cada vez que conhecia alguém, pensava, pode ser este, mas sempre acontecia algo pra que essa chama se apagasse assim, de repente!
Desses dez anos, eu a conheço a pelo menos quatro anos e meio. Uma mulher extremamente comunicativa, com senso de humor, mas uma menina triste e carente, penso que foi isso que nos tornou mais próximas. Então, a cada novo encontro eu torcia, como ainda torço, pra que tudo dê certo. E creiam, vi muitos deles, darem errado. Nunca era bom o suficiente, nunca era perfeito. E eu fazia parte da massa que dizia que perfeição não existe, e que para um homem, vivo, cheio de defeitos, concorrer com um morto, que mesmo que não fosse perfeito, mas por tê-la feito tão feliz nos anos em que passaram juntos, era covardia! Ela era muito exigente!
Um dia ela chegou no salão falando de um moço que era uma gracinha, tão simpático, tão educado... tão, tão... Mas não era nada, não ia dar em nada, mas eles foram se aproximando gradativamente. Trocaram telefone. Conversaram. Sairam. Conversaram. Deram uns beijinhos. Conversaram mais! Ainda não chegaram aos finalmentes, como dizem, mas estão se preparando, pra esse momento, como jovens, recém apaixonados! Isso é lindo! E eu que dizia que perfeição não existe. Esse tipo de relação foi o que ela teve com o finado, e o que ela sempre procurou. Encontrou!... E não, não é tudo perfeito! Ele é mais novo, ela passou dos quarenta, a ex-namorada dele resolveu pesar, a mãe dele também! Afinal, ele ainda não chegou nos trinta! Mas o que importa. Quando olho pr' aquele sorriso lindo que ela tem trazido nos lábios, em como meses de namoro e paquera deixou ela mais feliz, mais bonita, digo a ela que ser feliz faz bem, e dá trabalho, que não pire, não desista, em qualquer idade, em qualquer relação bem sucedida, sempre temalguém pra dizer que não dará certo, que são pessoas muito diferentes, etc, etc. Digo que nunca à vi com uma pele tão boa, nem o melhor tratamento demartológico que ela tenha feito, deixou ela tão bem! Ela sorri com seu melhor sorriso, e fica ainda mais bonita, e posso repar nela, exatamente, aquela jovenzinha se apaixonando pela primeira vez, e sinto um pouco de inveja, a boa, e concluo: " A paixão, realmente, faz bem pra pele!" Que eles sejam felizes!!!
"E quem irá dizer que existe razão, nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão?"
Renato Russo - Eduardo e Mônica.
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